Uma breve analise dos objetos de estudo de três grandes sociólogos.
Emile Durkheim (fato social)
Max weber (ação social)
Karl Marx (classe social)
As biografias individuais só podem ser compreendidas quando situadas no contexto histórico mais amplo.
Situações Sócias: Só podemos entendê-las como situações coletivas, situações que só podem ser explicadas pelas relações que indivíduos estabelecem entre si, mas que não podem ser compreendidas se os tomamos isoladamente.
Todos possuem um certo senso comum acerca da sociedade – ou seja, uma serie de conhecimentos adquiridos na pratica de como agir em situações coletivas.
A idéia de individualidade é historicamente constituída.
A sociologia nasce no Século XIX. Como uma reação ao individualismo predominante na época.
O objetivo da Sociologia como ciência, ou seja, aquilo que a sociologia estuda, constitui-se historicamente como o conjunto de relacionamentos que os homens estabelecem entre si na vida em sociedade. Ela estuda a inserção dos indivíduos na sociedade.
Durkheim
A sociedade prevalece sobre o individuo.
Em toda sociedade existem leis que organizam a vida em conjunto. O individuo isolado não cria e nem modifica as leis. Essas leis são transmitidas para as gerações seguintes. Na forma de códigos, decretos, constituições, etc.
Como indivíduos isolados, temos de aceitá-las, sob pena de castigos por violá-las.
Durkheim afirma que os fatos sociais são justamente essas regras e normas coletivas que orientam a vida dos indivíduos em sociedades.
Fatos sociais são exteriores e coercitivos
Exteriores por que são regras criadas coletivamente e já existem fora dos indivíduos quando nascem
Coercitivos porque se não são obedecidas o grupo social o pune de alguma maneira.
A educação é o exemplo preferido de Durkheim, pois é através dela que um individuo aprende as normas, regras e condutas de uma sociedade. As gerações adultas transmitem para as crianças e adolescentes o que aprendiam ao longo da vida. Com isso, o grupo social é perpetuado, apesar da morte dos indivíduos.O que a criança aprende na escola? Hábitos e regras que ela não possui quando nasce mas que são essenciais para a vida em sociedade
Instituição: Conjunto de normas e regras de vida que se consolidam fora dos indivíduos e que as gerações transmitem umas às outras (ex. Família, igreja, o estado...).
Para Durkheim é a sociedade que organiza, condiciona e controla as ações individuais. As instituições socializam o individuo fazendo – o assimilar as regras e normas necessárias à vida comum.
Durkheim enfatiza o caracter externo e coercitivo analisando os fatos sócias como se eles fossem “coisas”, isto é, como se fossem objetos que existem independentemente de nossas idéias e vontades.
Marx e as classes sociais.
Para Marx não se pode pensar na relação Individuo – Sociedade separadamente das condições materiais em que essas relações se apóiam. As condições materiais de toda a sociedade condicionam as demais relações sociais. Para viver os homens têm de, inicialmente transformar a natureza, ou seja, comer, construir abrigos, fabricar utensílios, etc, sem o que não poderiam existir como seres vivos. Por isso o estudo de qualquer sociedade deve partir das relações que os homens estabelecem entre si para utilizar os meios de produção e transformar a natureza.
A produção é a raiz de toda estrutura social.
O objetivo de Marx não era elaborar uma teoria geral, e sim estudar a sociedade de seu tempo “Sociedade capitalista” no qual ele define dois grandes grupos dentro da sociedade.
OS CAPITALISTAS: que são aquelas pessoas que possuem os meios de produção (maquinas, ferramentas, capital, etc).
OS TRABALHADORES: proletariado, aqueles que nada possuem, a não ser seu corpo e disposição para trabalhar.
O conceito de classe para Marx estabelece um grupo de indivíduos que ocupam uma mesma posição nas relações de produção, em determinada sociedade.
Weber e a ação Social.
Para Weber a sociedade não é algo exterior e superior aos indivíduos, como para Durkheim, a analise deve centrar-se nos atores e em suas ações. Define como objeto da Sociologia a “ação social”.
A ação social é o que o individuo pratica orientando-se pela ação dos outros.
Só existe ação social quando o individuo tenta estabelecer algum tipo de comunicação, apartir de suas ações com os demais.
Weber afirma que podemos pensar em diferentes tipos de ação social, agrupando – os de acordo com o modo pelo qual indivíduos orientam suas ações. Assim ele estabelece quatro tipos de ação social.
Tradicional: Determinada por um costume ou habito arraigado.
Afetiva: Determinada por afetos ou estados emocionais.
Racional com relação a valores: Determinada pela crença consciente num valor considerado importante, independentemente do êxito desse valor na realidade.
Racional com relação a fins: Determinada pelo calculo racional que estabelece fins e organiza os meios necessários.
Para Weber as normas e regras sociais são o resultado do conjunto de ações individuais, e os agentes escolhem o tempo todo, diferentes formas de conduta. As idéias coletivas, como o estado, o mercado econômico, as religiões, só existem porque muitos indivíduos orientam reciprocamente suas ações num determinado sentido. Estabelecem, dessa forma, relações sociais que têm de ser mantidas continuamente pelas ações individuais.
Não é possível a neutralidade do cientista em relação a sociedade, ele deve considerar os valores sociais colocando – se no lugar do individuo.
Até hoje a sociologia trabalha a partir dos conceitos elaborados por esses grandes pensadores, assim como com mais conceitos e teorias recentes.
Fonte: TOMAZI, Nelson Dacio. Iniciação a Sociologia. Rio De Janeiro. Atual. 2004, p14-22